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ALFARROBA; parece chocolate mas não é

  • Maurício Barufaldi
  • 17 de jul. de 2017
  • 3 min de leitura

A alfarrobeira (Ceratonia siliqua) é uma árvore de folha perene, originária da região mediterrânica, que atinge cerca de 20 metros de altura, cujo fruto é conhecido como alfarroba.

Também é designada pelos nomes vulgares de figueira-de-pitágoras e figueira do egito.

Fruto da alfarrobeira, a alfarroba é uma vagem da qual se extrai a polpa que é torrada e moída para se obter o pó usado na substituição do cacau.

A alfarroba tem aparência de chocolate, gosto de chocolate, mas não é chocolate. Além de nutritivos, os produtos feitos com alfarroba são isentos de lactose, glúten e açúcar, podendo ser consumidos inclusive por quem tem alergia ao leite.

Apesar de não ter sido tão difundida como o cacau, a alfarroba já era usada pelos egípcios há mais de 5.000 anos, de acordo com dados históricos.

É cultivada desde a antiguidade, em muitos países da bacia mediterrânea, normalmente em locais secos com solos pobres.

Naturalmente doce, a alfarroba dispensa o uso de açúcar na fabricação de seus produtos. É uma ótima alternativa ao chocolate, pois além de não conter estimulantes como cafeína e teobromina, ela é rica em vitaminas e minerais.

Em 100 gramas do produto encontra-se 303 mg de cálcio, 633 mg de potássio e 126 mg de fósforo, além de outros minerais como ferro e zinco e vitaminas E, B6 e B12.

Existem registros de que a alfarrobeira foi trazida pelos gregos da Ásia Menor. Existem estudos que dizem que os romanos mastigavam as suas vagens secas, muito apreciadas pelo seu sabor adocicado. Como outras, a planta teria sido levada pelos árabes para o Norte da África, Espanha e Portugal.

A semente da alfarrobeira foi, durante muito tempo, uma medida utilizada para pesar diamantes. A unidade quilate era o peso de uma semente de alfarroba. Era considerada uma característica única da semente da alfarroba, o seu peso sempre igual. Hoje em dia, contudo, sabe-se que seu peso varia como qualquer outra semente.

Do fruto da alfarrobeira tudo pode ser aproveitado, embora a sua excelência esteja ainda ligada à semente, de onde é extraída a goma, constituída por hidratos de carbono complexos (galactomananos), que têm uma elevada qualidade como espessante, estabilizante, emulsionante e múltiplas utilizações na indústria alimentar, farmacêutica, têxtil e cosmética.

Mas a semente representa apenas 10% da vagem e o que resta, a polpa, tem sido essencialmente utilizado na alimentação animal.

Devido ao seu sabor e características químicas e dietéticas, a alfarroba tambem pode ser mais usada em saborosas preparações gastronômicas, principalmente as da confeitaria e panificação.

A farinha de alfarroba é a fração obtida pela trituração e posterior torrefação da polpa da vagem. Contém, em média, 48-56% de açúcar (essencialmente sacarose, glucose, frutose e manose), 18% de fibra (celulose e hemicelulose), 0,2-0,6% de gordura, 4,5% de proteína e elevado teor de cálcio (352 mg/100 g) e de fósforo.

Por outro lado, as características particulares dos seus taninos (compostos polifenólicos) levam confirmam que a farinha de alfarroba pode ser usada muitas vezes utilizada como antidiarreico, principalmente em crianças.

A polpa após secagem, trituração e torrefação dá origem ao pó ou farinha de alfarroba, que possui cor e sabores similares ao cacau. Os compostos estimulantes (cafeína e teobromina) que são encontrados no cacau e considerados por diversos cientistas como fatores antinutricionais responsáveis por efeitos fisiológicos adversos não estão presentes na farinha de alfarroba, além disso, possui baixo custo quando comparada ao cacau e graças a sua composição (rica em carboidratos de baixo peso molecular) apresenta uma boa solubilidade.

Enquanto o cacau possui até 23% de gordura e 5% de açúcar, a alfarroba tem 0,7% de gordura e alto teor de açucares naturais (glucose, sucrose e frutose) de 38% a 45%.

A alfarroba não contém a feniletilamina presente nos chocolates feitos do cacau, substância que causa a dependência no seu uso. É o que comumente se chama de chocólatra, ou seja, a pessoa se sente dependente do chocolate.

A feniletilamina presente nos chocolates feitos do cacau é um alcaloide, e quando é ingerido, ativa a liberação de dopamina que é uma substância que, ao atuar no cérebro, nos dá a sensação de felicidade, ou seja, esse alcaloide é o que vícia o chocólatra.

De qualquer forma não há prova científica que ela traga prejuizos para o organismo.

Aos meus leitores uma deliciosa e tranqüila semana!


 
 
 

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